O Professor Esponja de Pagaczewski
- Joaquim Semeano
- 28 de mar. de 2017
- 2 min de leitura

Pensamos que está tudo no Google, e às vezes surpreendemo-nos. Por exemplo, Stanislaw Pagaczewski. Procurem por este nome, e não encontram senão referências e textos em polaco. Assim, ou sabemos polaco ou arriscamo-nos a traduções provavelmente hilariantes.
Mas percebo: Pagaczewski -- afinal há uma leve referência em inglês, na Wikipedia -- foi um jornalista e escritor polaco, falecido em 1984, autor de livros para crianças, entre os quais o extraordinário "O rapto de Baltazar Esponja". Trata-se do primeiro volume de uma trilogia com as aventuras do Professor Baltazar Esponja, editada pela primeira vez em 1969, em Cracóvia.
Hoje em dia é uma antiguidade, e apesar de ter dado origem a uma série televisiva de 24 episódios, adquiridos pelas televisões francesa, checoslovaca, soviética, búlgara, grega, alemã, espanhola, belga e holandesa, o nome de Pagaczewski não diz nada aos ocidentais.
Aventurei-me, há pouco tempo, na leitura das extraordinárias aventuras do Professor Esponja, e senti necessidade de trazer para aqui as minhas impressões: fiquei entusiasmado com a criatividade, a ligeireza da narrativa e o sentido de humor em cada ação das personagens. Pagaczeswki ´é um autor com a capacidade de um Júlio Verne ou de um Roald Dahl: tinha que ser mais conhecido! É com um entusiasmo crescente que acompanhamos a viagem do Dragão de Wawel e dos seus companheiros, na busca do ilustre cientista Baltazar Esponja, desaparecido no País dos Chuvadinhas...
A história é infantil mas confronta-nos com muitas das questões dos nossos dias, nomeadamente as que dizem respeito às diferenças entre os povos e à capacidade que poderemos ter, todos, para convivermos aceitando essas diferenças.
Frequentemente, quando vamos comprar um livro para os nossos filhos ficamos dependentes daquilo que está exposto nos escaparates, colocado mesmo em frente dos nossos olhos. Gostava de fazer aqui um apelo a todos os pais: não se fiquem pelo que lhes pôem à frente. Procurem com cuidado, e perguntem pelo livro. Só assim é possível encontrar uma história tão boa como a deste "O rapto de Baltazar Esponja".
NOTA 10
"O rapto de Baltazar Esponja", Stanislaw Pagaczewski, Edições Afrontamento, 1997
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